quinta-feira, 31 de março de 2011

DJ Robbo

Eu me achava (ainda me acho, na verdade) um cara de sorte por poder fazer uma viagem como esta, mas todo dia eu encontro pessoas ainda mais sortudas. Toda vez que eu digo que estou na Austrália por duas semanas, as pessoas me olham com uma cara de "oh, coitado" e dizem: "nossa mas não é nada! Por que tão pouco tempo?" A primeira coisa que da vontade é dar um tabefe no cidadão, claro, mas aí eu lembro que o viajante é, antes de tudo, um forte, e além disso, um eterno bem-humorado. "OK, OK, um dia eu volto aqui e fico seis meses viajando pelo país inteiro, como vocês, seus vagabundos". 

Digo isso porque mais uma vez fiz uma one-day trip para um lugar que as pessoas costumam ficar, no mínimo, três dias. Margaret River foi mais uma das dicas da minha amiga Val (thanks much!). A cidade fica a umas três horas de carro de Perth, ou seja, onde Judas perdeu não as botas, mas as meias! A região é repleta de vinícolas bacanas e tem alguns dos melhores points para surfe do mundo. 


Em determinado momento a guia disse que na Austrália eles encurtam todas as palavras: Australianos viram Aussies, Margaret River vira Maggies e… "nosso amigo Roberto aqui vira Robbo". Pronto, o apelido pegou e é um mais um para o meu já extenso rol. Mas era um grupo pequeno e muito bacana, talvez o melhor com quem eu tenha convivido até agora. Na longa viagem da volta, enquanto o sol se punha no fim da estrada, nos divertíamos alternando os nossos iPods no som da van e fazendo nossas playlists - felizmente todos tinham bom gosto musical -, fechando com chave de ouro um dia bem agradável…

Rat's nest

Rottnest (algo como "ninho de rato") é como os primeiros navegadores holandeses chamaram esta ilha próxima ao litoral de Perth. Vê-se que eles não manjavam muito do riscado, porque tomaram o tal do "quokka" (um marsupial que abunda na ilha) por uma reles ratazana. E até hoje os quokkas dominam o local, tanto que é muito fácil trombar (e interagir, pois são bem dóceis) com eles.

Mas o maior atrativo da ilha não é o marsupial (alias, alguém reparou que 90% dos bichos que só existem aqui são marsupiais? Não sei por que; cartas para a redação), e sim suas praias. Eu pensei em me referir à ilha como uma "mini-Fernando de Noronha", mas achei que seria apedrejado. Ops, falei! :P


Chegando lá, vc aluga uma bike e um snorkel, e se pirulita pra uma das dezenas de praias da ilha. O mais difícil é saber quais escolher. Em comum à maioria, o mar em degradê de azul (causado pela água cristalina e pela presença de corais próximos a costa) e uma fauna marinha variada. Um prato cheio para meus amigos que curtem mergulhar.

Eu também tinha pensado em não botar nenhuma foto, porque seria uma "p*** falta de sacanagem" - como diria um membro da família Restart - com todos os meus amigos que estão dando duro em Sampa. Ops, botei! :P

Let There Be Rock

Das grandes cidades do mundo, Perth é a mais isolada. Isso significa que ela está a pelo menos três mil quilômetros de qualquer outra metrópole, fazendo jus ao título deste blog. Após poucas horas, já deu pra fazer duas constatações: (1) aqui faz muito calor, bem mais do que Sydney e Melbourne - o sol arde até a alma; (2) pra minha surpresa, das cidades que visitei até agora, foi onde encontrei o maior número de mal-encarados em geral, incluindo vagabundos, arruaceiros, pedintes e malucos de carteirinha. Parece que o consumo e tráfico de drogas aqui é forte - talvez porque tudo nesta cidade feche as seis da tarde e ninguém tenha mais o que fazer depois disso. Mesmo assim ela é bem segura; comparada a São Paulo, parece uma irmandade de capuchinhos.

Como o Brendan só estaria em casa no fim do dia, resolvi pegar um trem para a cidade histórica de Fremantle. Eu tinha a impressão que já tinha ouvido falar dela, mas não me lembrava de onde. Enfim, segui um roteirinho básico passando pelo porto, pela antiga prisão e pelo mercado. Até na tal da Coffee Strip eu passei (dizem que o café aqui é ótimo, mas eu, como mau brasileiro, não gosto de café). Porém, o mais legal estava por vir. Em um dado momento avistei, ao longe, uma estátua cuja silhueta me parecia muito, mas muito familiar. Fui chegando mais perto e a minha suspeita se confirmou: era um monumento ao Bon Scott!


Primeiro (e inigualável) vocalista da melhor banda australiana de rock da história, o AC/DC - e um dos meus maiores ídolos do rock'n'roll -, Bon estava ali, imortalizado em bronze. Batata que era por isso que eu me lembrava da cidade! Bon é um dos filhos ilustres de Fremantle, para onde veio da Escócia com a família, ainda pequeno, e se criou. Mais tarde, seu destino se cruzaria com o dos irmãos Young, que, se não me engano, eram da costa leste. O mais legal de tudo é saber que aqui valorizam tanto um vocalista de rock a ponto de fazerem uma homenagem desse porte. Show!

[Aqui termina o post, continue lendo pela sua própria conta e risco]

Nota informativa: para quem não sabe, Bon Scott morreu em 1980 em decorrência de uma de suas muitas noites de bebedeira. Isso é que é ser um predestinado, afinal ele era bastante chegado em um "bom scotch"!!! Rarará, eu sei, essa é manjada e horrível, mas não podia deixar passar…

segunda-feira, 28 de março de 2011

Tas

Alguém há de perguntar: que diabos eu vim fazer na Tasmânia? Eu sei, o trocadilho foi infame, mas a pergunta faz sentido. Acho simplesmente que gosto de visitar lugares inusitados; mas, nesse caso, a ilha vale a pena, pois todos dizem que é muito diferente do resto da Austrália. Além disso, ela fica relativamente próxima a Melbourne - uma hora e pouquinho de vôo.

A Tasmânia tem um passado ligado a navios (por causa do porto) e bandidos (por causa da famosa prisão em Port Arthur). Talvez eu tenha equivocadamente associado essas duas coisas em algum momento da minha vida, pois sempre imaginei a capital Hobart como sendo um ponto de encontro de piratas! A minha impressão foi reforçada rapidamente, já que o hostel, todo de madeira, leva um baita jeito de taverna (deu vontade de pedir rum no bar). Foi confirmada em seguida, quando descobri que o principal pub do local, que leva o singelo nome de Drunken's Admiral, tem esculpido em sua fachada o "Jolly Roger" (a famigerada caveirinha supensa sobre dois ossos cruzados). E foi tornada praticamente incontestável quando resolvi sair para comer algo e descobri que não existe nada - absolutamente NADA, acredite - acontecendo na cidade após as 10 da noite. Nenhuma pessoa andando pelas ruas. Nenhum carro cruzando as esquinas. Nenhum estabelecimento aberto - nem o Drunken's Admiral! Uma cidade fantasma, portanto - ou regida sob algum toque de recolher que eu desavisadamente ignorei.


Ao amanhecer, eu parecia estar em outro lugar. O movimento havia voltado, o sol estava bombando e havia pessoas felizes e saltitantes por toda parte. Onde tava todo mundo no dia anterior, afinal? Bom, já que o tempo curto não permitia muitas divagações, deixei pra lá e tentei conhecer o máximo da região em um só dia. O mais importante, claro, foi encontrar o símbolo local - ele mesmo, o bichinho simpático da foto. Sim, pois apesar da fama de mau e agressivo, o demônio da Tasmania até que se saiu muito encantador. OK, não tanto como um koala, aí é sacanagem! E OK, talvez ele não estivesse com muita fome na hora, rs… Ele tem o tamanho de um cachorro pequeno e parece realmente hiperativo, assim como seu equivalente dos desenhos animados - por isso mesmo foi difícil clicar a figura. Mas, enfim, aí está!

***

Finalmente, após duas semanas de beliches compartilhados com os mais diversos seres - dos mais agradáveis aos mais bizarros, dos mais organizados aos mais sujinhos -, tenho um quarto só pra mim. Esta noite passo em Sydney e, como estou "espremido" entre dois vôos - vindo de Hobart e indo para Perth amanhã cedo -, decidi pegar um Formula1 ao lado do aeroporto, para evitar deslocamentos desnecessários. Lógico que não dá pra fazer isso sempre, mas é ótimo dar essa parada estratégica e lembrar como era ter privacidade...

Falando em Perth, ficarei por lá na casa do meu ex-colega de IDC Brendan Conroy. A se julgar pelas fotos que ele mostrava - e pela propaganda que fazia, hehehe - o lugar deve ser incrível. Cheers mate!

Gotham City

No meu terceiro dia em Melbourne, resolvi conhecer… Melbourne! Por incrível que pareça, ainda não tinha tido tempo de dar uma volta pela cidade. O primeiro fato relevante a ser mencionado é que ela foi fundada pelo Batman. Sério! Enfim, talvez isso justifique que ele nunca apareça em São Paulo - ignorando os clamores diários do Heródoto Barbeiro -, afinal, alem da cidade do comissário Gordon, ele tem mais esta com que se preocupar.

Comecei o rolê por St Kilda, onde fica o hostel. Assim como nosso Baixo Augusta, St Kilda já foi um "red light district" e hoje é considerado um bairro descolado. Com a diferença que fica em uma praia super agradável - e convidativa a uma boa caminhada. Em seguida, rumei para CBD, que é como eles chamam o centro (Center of Business District). Uma moça que vive aqui havia me dito que Melbourne era "melhor pra morar do que pra visitar". Não foi um comentário pejorativo, e acho que entendi o que ela quis dizer. É o tipo que de cidade que não tem um ícone visual incontestável (como Sydney) ou uma paisagem privilegiada (como Queenstown, na NZ), mas cujo encanto você descobre aos poucos - freqüentando seus cafés, dobrando suas esquinas. Foi ótimo ter escutado isso, pois, com as expectativas no lugar certo, consegui aproveitar plenamente a cidade e o domingo de sol - com direito a feira livre, música (boa) ao vivo na praça, e telāo passando Fórmula 1 para aqueles, que como eu, não estavam no Albert Park.


Um dos grandes charmes de Melbourne são suas (muitas) vielas: há desde aquelas mais chiques, com restaurantes exclusivos, até aquelas que, ao entrar, vc tem certeza de que não vai sair - pelo menos vivo. Mas é só impressão! E há também aquelas mais descoladas, como a da foto, tomada pelos grafiteiros. E veja só que ironia: não é que ela lembra, justamente, o Beco do Batman em São Paulo?

sábado, 26 de março de 2011

Great Ocean Road

É cada um que a gente encontra por aí… Viajando pela Great Ocean Road, hoje, os destaques vão para uma suíça "forgada" (pra mim é novidade!) e para um grupo de duzentos mexicanos. Bom, eram uns quinze mas pareciam duzentos, pois não pararam de falar um minuto sequer - e olha que a trip durou o dia inteiro!

A Great Ocean Road é uma rodovia litorânea (ah vá!) que pega um trecho do sul da Australia na região de Victoria, onde fica Melbourne, e sua construção foi inspirada na Highway 1 da Califórnia. O principal atrativo - ou pelo menos a principal razão pela qual os turistas passam por ela todo dia - é uma formação rochosa chamada "Twelve Apostles", realmente impressionante (apesar de, aparentemente, não serem doze - a conta varia conforme a pessoa para quem você pergunta, hehehe). Mas, na verdade, a estrada vale por si só o passeio!


Outros pontos interessantes ali perto sao o Loch Ard Gorge (onde houve um naufrágio de grandes proporções) e uma rocha chamada London Bridge. Isso mesmo, você leu certo: London Bridge. Dizem que se chama assim por ser parecida com a ponte original, mas confesso que não enxerguei a semelhança. Enfim, o fato é que, há não muito tempo (1990, pra ser mais preciso), um pedaço da rocha que a conectava ao continente ruiu (foto acima). Um casal ficou ilhado na outra ponta, tendo sido resgatado somente horas depois por helicóptero. Na época o caso teve repercussão na imprensa local, obviamente, mas o detalhe sórdido é que o cidadão estava com a amante, e ainda por cima dando um belo cambau no trabalho! Ô azar hein? Depois dizem que Deus não castiga! Rarará!

sexta-feira, 25 de março de 2011

No Ceiling

Toda vez que eu comentava pra alguém que iria pra Melbourne, esse alguém me perguntava: "ah, você vai ver a Fórmula 1?" Mas não era uma ou outra vez. Isso aconteceu em 100% das conversas! Eu já disse aqui neste mesmo espaço que sou iletrado em qualquer esporte que não seja futebol, e esta é mais uma prova concreta - uma vez que a viagem calhar de cair no fim-de-semana das provas se tratou somente de uma bela coincidência.

Quando cheguei em Melbourne, a primeira coisa que escutei foi "você não vai mesmo ver a Fórmula 1?" Olhei pro lado e não tinha ninguém. Era eu mesmo me perguntando! Acho que fiquei tão sugestionado com essa história que não conseguia mais imaginar não ir ao autódromo. Quando descobri que o Albert Park ficava a meras cinco quadras do meu hostel, a decisão estava tomada. Meu tour pela cidade tinha sido automaticamente adiado, e eu iria ver os treinos da Fórmula 1. Foi fácil: entrei na web, comprei, pedi pra moça do albergue imprimir, em 20 minutos estava lá sentado vendo as proezas dos pilotos - pena que há uns vinte anos não tenhamos mais nenhum brasileiro confiável para quem torcer… Em resumo, foi muito legal a minha experiência em F1 ao vivo, e tão longe de casa!

Mas, mal sabia, o meu dia ainda não tinha terminado. Voltando das provas (em que Red Bull e McLaren reinaram), peguei um caminho errado, mais comprido é claro, e por acaso me deparei com uma casa de shows, bem bonita. No letreiro estava escrito: "Eddie Vedder - 24 e 25 de março". Ah, sim. O que??? Eddie Vedder ao vivo hoje???


Caraca, eu já tinha gasto uma grana com a F1 mas precisava ver esse show! O Eddie Vedder fez a trilha sonora de um dos filmes que eu mais amo, "Into the Wild" - e também um dos grandes motivos para eu decidir fazer justamente esta viagem. Não podia deixar passar! Porém, cheguei mais perto e vi, no mesmo letreiro, em letras menores: "SOLD OUT". Ah e daí? Resolvi ir lá perguntar, e fui agraciado com a esperança remota de conseguir algo em uma leva de última hora. Após duas horas e meia na fila junto com mais uns poucos abnegados, veio o promotor do show e disse que não iria rolar. Bom, não era pra ser!… Estava quase indo embora quando chegou um sant…, ou melhor, um cambista (os do Brasil são melhores, aqui demorou pra chegar) me oferecendo um lugar pelo dobro do preço. Após uma negociação rápida, consegui pagar um pequeno ágio e entrar, faltando cinco minutos pro show!

Bom, daí em diante, confesso, tenho dificuldade em descrever meu estado de êxtase. Estava feliz como pinto no lixo. No repertório, coisas do filme de arrepiar como Big Hard Sun, Society, Far Behind e Rise, entre outras canções executadas com muita garra, talento e alguns tantos goles de vinho (como sempre), por alguém que dominou a platéia acompanhado apenas de seu pequeno arsenal - duas guitarras, dois violões, um bandolim e um ukelele. Isso tudo emoldurado por uma casa de shows simplesmente maravilhosa (a foto acima é do teto do Palais Theatre).

Até agora estou sem chão... e sem teto...

quarta-feira, 23 de março de 2011

My name is Bondi

Se tem uma coisa que nós brasileiros não temos do que reclamar, é de praia. Somos privilegiados nesse quesito - tanto em qualidade como quantidade. Por isso mesmo, quando soube que um dos principais pontos turísticos de Sydney é uma praia urbana chamada Bondi Beach (pronuncia-se "bondai"), senti na hora cheiro de farofa com chicken wings! Mesmo assim fui. E, como se diz por aí, queimei a língua, caí do cavalo, morri pela boca - escolha a expressão que melhor lhe convier.  

Só pra sentirem o drama, imaginem: a meros 8km de Sao Paulo, uma praia com água cristalina como as do Nordeste, com densidade demográfica de beleza maior do que a Praia Mole e com infra-estrutura mil vezes melhor que Ipanema. Se existisse algo assim, seria a nossa equivalente de Bondi Beach.



Eu detesto ficar comparando, dizendo que lá fora tudo é melhor que no Brasil, pagando pau pra gringo - já tive essa fase. Mas hoje doeu. Que praia animal! Quase chorei de felicidade quando vi que podia trocar de roupa num vestiário mais-do-que-decente e botar a minha mochila num locker!

Algum ponto negativo? Sim: as moças fazem topless no maior descaramento. Quanta indecência!

terça-feira, 22 de março de 2011

Annie Rocks

Antes mesmo de sair de São Paulo, tinha visto que conseguiria pegar uma exposição da Annie Leibowitz aqui em Sydney, no MCA (Museum of Contemporary Arts). Pra quem não conhece a fotógrafa, ela fez carreira na revista Rolling Stone americana e se especializou em retratos, de ídolos do rock até presidentes dos EUA. Ultimamente eu ando muito interessado por fotografia, portanto vinha bem a calhar. E fiquei de queixo caído com o que vi. Primeiro porque o trabalho dela é maravilhoso mesmo - inclusive dá pra ver facetas menos conhecidas dela, como fotojornalismo e paisagens. Segundo, porque a exposição em si é muito bem montada - mostra não só os trabalhos dela, como também muitas fotos particulares, de modo que vc acaba tomando contato também com a intimidade de Mrs. Leibowitz. Dá até pra se emocionar. 

Já fui em inúmeros museus e sempre sinto aquele enfado no final, porque é tanta informação que você uma hora não dá mais conta. Mas desta vez foi diferente. Em três horas, vi, li e curti cada uma das fotos, pelo menos umas duas rodadas cada uma, e faria de novo. No fim fiquei com uma sensação de que, de fato, tem algo muito especial com relação à fotografia que me atrai - só não sei dizer ainda o que é. Certamente foi um dos pontos altos da viagem até agora!



Logo depois da visita, ainda meio que absorto pela exposição, com o tempo abrindo e o sol aparecendo pra valer, dei um belo rolê pelas redondezas e descobri que meu hostel fica num bairro sensacional. Sabe aquele lugar histórico, cheio de ruas de pedra, cafés e livrarias? Pois é, não estamos na Europa, mas aqui esse bairro existe e se chama The Rocks!

Um pouco mais adiante, já na beira do "harbour", trombei com uma construção esquisitona: mais parecia um contêiner abandonado. E era mesmo! Mas fizeram um restaurante todo descolado dentro do contêiner, e o mais incrível é que ele é totalmente eco-friendly: tudo ali é reaproveitado. Por exemplo, o lixo orgânico é utilizado para adubar a horta do teto do restaurante, que serve nāo só para prover os ingredientes (mais frescos e locais, impossível!) como também para ajudar a refrescar o ambiente - e por aí vai. Chama-se Greenhouse, e vale a pena conferir o projeto: http://greenhousebyjoost.com/

O lugar era tão "cool" que resolvi almoçar lá (a foto acima foi tirada da minha mesa), e fiz assim minha pequeníssima contribuição para o meio ambiente. A nota bizarra do dia é que tinha até um sósia do Gabeira na mesa em frente! Rarará, o restaurante é verde mas não precisava tanto né? 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Figaro

Cheguei ontem à noite em Sydney e a impressão de que, finalmente, estava em uma metrópole - ao contrário das "grandes cidades do interior" da NZ - se confirmou tão logo eu desembarquei no centro e tropecei num boliviano (ou seria peruano?) tocando "My Heart Will Go On" na flauta e vendendo seus CDs.

Deu tempo apenas para conhecer o hostel - que foi construído em torno de um sitio arqueológico bem no coração da cidade! -, tirar umas fotos noturnas da Harbour Bridge (vide abaixo) e tomar uma cerveja em um dos pubs mais antigos daqui, o The Australian.



Hoje dei um pulo na Opera House e fiz uma visita guiada lá dentro. Não tinha muita certeza se valeria a pena, mas adorei. Vista de perto e por dentro, a gente só fica com mais certeza que se trata de uma jóia arquitetônica. Na época foi considerada por boa parte dos australianos como uma coisa faraônica (não que não seja, rs), e estourou violentamente todos os prazos e orçamentos previstos. Pra poder cobrir o rombo, o que o governo fez? Aumentou impostos? Não, fez algo muito mais divertido: criou uma loteria!! A jogatina fez tanto sucesso que a Opera se pagou em meros 18 meses depois da abertura. Pô, isso pra mim tem outro nome: rifa! Rarará! Gente, então é isso, se esta minha viagem estourar o orçamento também, já sabem o que eu vou fazer né! Todo mundo comprando a Rifa do Fim do Mundo!

Em seguida, apertei o passo e fui até o Sydney Wildlife World. Não é um zôo, mas uma espécie de viveiro dos mais diversos tipos de animais (principalmente os endêmicos) no meio da cidade. Não tinha uma pessoa que não dissesse, ao ver os koalas: "oh they're soooo cute!". E não é que são mesmo!… :P

domingo, 20 de março de 2011

Bits & Bytes

Indo para Sydney, agora de verdade. Como sobrou um tempinho pra teclar no aeroporto, aqui vão algumas coisas que acabei deixando de lado nos posts anteriores.

* * *

Não podia deixar a NZ sem conhecer o tal do kiwi. Para um povo que se autointitula "kiwi", nas mais diversas circunstâncias - como se nós brasileiros usássemos o "canarinho" sempre, para além do contexto futebolístico -, não é pouca coisa. 

Bem, o kiwi é um pássaro pra lá de esquisito, do tamanho de uma galinha, que tem pêlos no lugar das penas, e um bico fino e comprido. É tipo… um tamanduá em forma de ave (hahaha, essa comparação foi péssima, mas vou patentear anyway). Trata-se um dos símbolos nacionais da NZ, junto com o… kiwi!!! Nesse caso, a fruta. Convenhamos, que povo mais sem criatividade!

Mas voltemos ao kiwi, o pássaro - ou algo remotamente parecido com isso. Aprendi algumas curiosidades sobre o bicho, como:
 - É a ave mais parecida com um mamífero, não só por causa dos pêlos, mas também por outras características, como a temperatura do corpo;
 - Pode viver até 60 anos. E é monogâmica!
 - Está em extinção, e por isso é muito difícil encontrá-la solta na natureza.
 - Tem hábitos noturnos. Para vê-los em cativeiro, o pessoal monta um habitat escuro, iluminado apenas por lâmpadas vermelhas, pois o dito cujo não reconhece essa cor.

Agora, fico na expectativa de ver mais animais bizarros na Austrália, campeã mundial na modalidade.

* * * 

Outros comentários esparsos:

Comida: Passei em branco no quesito quitutes locais. Na verdade, se me perguntarem qual é a comida típica da NZ, não saberia dizer. Eles tentam forçar a barra e dizem que é carne de cordeiro, mas não vi ninguém comendo esse troço e, convenhamos, isso tem em todo lugar, seja Nova York, Cancún ou, se bobear, até na baixada do Glicério. Bom, a real é que o pais foi colonizado pelos britânicos, e isso já não é um bom começo, haja vista sua propalada inaptidão para a gastronomia. E foi depois "invadido" (no bom sentido) pelos asiáticos, que trouxeram (e mantiveram) a sua culinária original. Enfim, acabei passando a semana à base de sandubas e congêneres mesmo. 



Povo: falando nisso, é impressionante a quantidade de asiáticos no pais. Chineses, japoneses, coreanos (mais), malaios, indonésios, filipinos, indianos (menos), etc. Nesse sentido - e mais alguns que não saberia dizer agora -, Auckland me fez lembrar um pouco de Toronto. No geral, é um povo bem simpático e aparentemente de bem com a vida. Alguns locais me confirmaram mesmo que o mais importante para o neozelandês comum é saber o que ele vai fazer de bom depois do trabalho e/ou no fim de semana! Achei isso genial. Escutei uma frase sintomática da agente de viagens do hostel: "here we don't have night buses; we Zealanders value our sleep". Talvez por isso tanta gente esteja se mudando pra lá pra tentar a vida…

Música: não encontrei nada muito interessante. Mas também não procurei. Ou esse povo não escuta muito música (menos provável), ou o CD realmente já virou artigo de museu, pois nāo trombei com nenhuma loja.

Cinema: eles se orgulham muito da indústria local, e dizem que o neozelandês costuma sair muito para ver filmes. Estava rolando uma espécie de festival em Auckland, me arrependi de não ter ido.

* * *

Pra finalizar, informações de suma importância para minha mãe: estou me alimentando bem, dormindo bem e não estou passando frio. Só mentindo um pouco! Rarará! Brincadeira... Beijo mãe!

sábado, 19 de março de 2011

The Beauty and the Geeks

O tempo aqui é mais instável e imprevisível que em São Paulo. Hoje, por exemplo, voltou a fazer um dia maravilhoso! Vai entender…

Para aproveitar o ensejo - e me redimir do tempinho bunda de ontem -, precisava fazer algo "outdoors". Descobri, hum, uma excursão pelas locações de Lord of the Rings. Pra quem não sabe (será que alguém ainda não sabe?), o filme foi inteirinho rodado na NZ. E muitos dos sets rolaram aqui na região de Queenstown. Apesar de eu não ser fanático pela trilogia - embora tenha, sim, gostado -, seria um ótimo pretexto para se embrenhar pelas paisagens maravilhosas das redondezas, já que o passeio seria feito num 4x4 e conheceríamos lugares em que um carro normal não consegue chegar.

Minha desconfiança inicial de que eu poderia cair num outro tipo de roubada - compartilhar a excursão com um monte de geeks fanáticos - se confirmou tão logo o carro encheu. "Who's a fan of the Lord of the Rings here?", perguntou o motorista. "Meeeeee", responderam todos, exceto este que vos escreve, em meio a uma euforia geral. Pensei, "droga, vou ter que fazer cara de paisagem quando me perguntarem qual a minha cena ou personagem favoritos". Ou "se descobrirem que eu não sei de cor e salteado as falas, vão me expulsar!" E agora?


A tensão foi aumentando à medida em que o guia mostrava as paisagens - uma mais incrível que a outra - e as associava com determinadas cenas, seja quando o Frodo assoou o nariz aos 1:32'27'' do primeiro filme ou o Gandalf coçou a barba aos 3:51'11'' (sim, os filmes têm mais de três horas cada) do segundo. Mas foi diminuindo a medida em que eu curtia a beleza do entorno e percebia que, na verdade, independentemente de adorar ou nao a história, tratava-se de uma verdadeira aula sobre produção cinematográfica. Afinal, é muito legal saber que, em determinado momento das filmagens, o Peter Jackson tinha sob sua responsabilidade seis equipes completas, trabalhando em paralelo, espalhadas por todos os cantos do país!

E o desconforto sumiu de vez quando, em certo ponto, o guia se esqueceu do nome do ator que faz o Gandalf. Silêncio total no carro. Aí eu falei: "Ian McKellen!"

Pronto. Nessa hora eu já era um deles. :)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Uga Buga

Tava demorando, mas chegou o grande dia. Do primeiro programa de indio da viagem! Nao que conhecer o Milford Sound - um dos mais bonitos fiordes da Nova Zelandia - seja um mico, pelo contrario. O problema eh que o tempo nao cooperou. O tal "rainy and windy" finalmente deu as caras.

Inicialmente eu nem cogitava ver o Milford, simplesmente porque nao acho que seja mais impressionante que os fiordes da Noruega. Mas o terremoto em Christchurch mudou todo meu itinerario, e a visita aos glaciares, que era o que eu mais queria fazer, ficou inviavel - eles ficam bem distantes de Queenstown.

No caminho, o onibus para em um lugar chamado "The Chasm", onde a agua, com o tempo, abriu buracos enormes nas pedras. Vai me dizer que nessa vcs tambem enxergam um rosto!... rs



De positivo, as cachoeiras estavam bem cheias - pelo menos eh o que o guia nao deixava um minuto de frisar… E uma amostra rapida da produção cultural neozelandesa, no onibus da volta: no som, uma banda de reggae (horrivel, claro) e, na tela, um filme chamado The World's Fastest Indian (bem Sessao da Tarde, mas bacana).

quinta-feira, 17 de março de 2011

KJ3

Kawarau Jumper #3. Esse foi o codigo que escreveram com caneta hidrocor vermelha na minha mao. Po, parecia marcacao de gado, ou entao de prisioneiro. Bom, qualquer uma das duas opcoes nao era muito animadora. E esse termo "jumper"? Ta loco!

Kawarau eh o nome do rio, da ponte sobre o mesmo, e por conseguinte da base de bungee jumping que montaram ali - a primeira base de salto do mundo. Esse contexto historico foi um bom pretexto para eu ter escolhido essa, de modestos 43 metros de altura, ao inves da Nevis, de "apenas" 134. E, mesmo me borrando todo, ainda tive que escutar do guia: "ah you chose the baby bridge!!". Baby bridge?? Grrrr.

Fato eh: pulei!! E como vcs podem perceber, sobrevivi. E, melhor de tudo: achei A-NI-MAL! Faria de novo? Com certeza absoluta!!! So nao vou fazer desta vez porque, ca entre nos, eh o olho da cara. Gente, eu achava que isso era coisa de suicida enrustido. Mas que nada, eh demais!!

Mais incrivel, eu estava impressionantemente calmo, ate me assustei com isso. Nao sei se foi a preparação mental que fiz o dia todo, se foi o pranayama que fiz no ónibus, ou se foi o visual inacreditavel do caminho ate la que me distraiu. Ou tudo isso junto. Ate deu pra dar risada da placa do banheiro masculino do local (onde a gente faz um providencial pit stop antes de pular). 


A unica hora que ameaçou dar uma tremedeira foi na hora de subir na plataforma e olhar laaaa embaixo. Mas nem deu tempo pra pensar. 3, 2, 1, vai!! No fim ate dei o braco a torcer e comprei as fotos e o DVD, que, tinha prometido pra mim mesmo, nao ia comprar de jeito nenhum - so nao imaginava que ficariam tao animais... :P

PS: Happy St. Patrick's!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lord of the Tongues

Acordei cedo e aprontei a mochila, afinal o check-out era as dez da matina! O hostel eh excelente mas tem esse porem - assim como a mania de cobrar extra por tudo (cafe da manha, internet e ate, pasmem, para guardar as malas numa salinha mequetrefe). Alias, primeira curiosidade do dia: estava tomando cafe da manha de frente para uma das janelas do hostel, olhando pra rua, quando bati o olho em um logotipo familiar do outro lado da rua: descobri entao que o escritório da IDC ficava bem em frente ao hostel! :p

Antes de pegar o voo para Queenstown, ainda consegui dar uma caminhada que passou pelo Albert Park, pela Universidade de Auckland (nada menos turistico do que se misturar aos estudantes!) e terminou no Auckland Domain, um parque muito agradavel, onde fica o Auckland War Museum. Como era de graca, deu pra dar uma circulada bem rapida pelo andar terreo e tirar a meiga foto abaixo.



Segunda curiosidade do dia: no aeroporto de Auckland, fiz o primeiro check-in totalmente self-service da minha vida: emiti o bilhete, colei a etiqueta na bagagem e a despachei - tudo sozinho. Ninguem da Air New Zealand me pediu nenhum documento! Achei otimo e rapido, fila zero. Se eh seguro, isso ja nao sei…

Fiquei pasmo com a paisagem de Queenstown desde que o aviao comecou a descer. Lagos e montanhas por toda a parte, realmente um cenario digno de Lord of the Rings. A cidade eh muito fofa (desculpe, nao achei outro adjetivo): pequenininha, acolhedora, com cara de interior, mas bem estruturada. E linda! Queenstown eh tambem a capital dos esportes radicais. Aproveitei e ja marquei de pular de bungee jump amanha, afinal estamos na Nova Zelandia, onde inventaram essa doideira… Entao ja sabem o que aconteceu se os posts subitamente pararem! Hehehe… estou rindo agora, mas amanha vai bater um panico total!

terça-feira, 15 de março de 2011

"You won't need it"

Dia de excursao. Madruguei e, nao tinha como, acabei acordando os meus companheiros de quarto, um escoces que chegou as 4 da matina da bebedeira e um alemao maleta q cismou de roubar a minha cama. 

A primeira parada era em Waitomo, onde ficam as Glowworm Caves. Sao cavernas (daa!) formadas pela erosão das rochas calcareas provocada pela acao da agua dos rios da região. Mas o mais bacana, e que as torna especiais, que, por alguma razao (que o sotaque maldito dos guias nao me fez entender), elas sao completamente tomadas por vaga-lumes. Um show! La dentro, no escuro, parece que vc ta olhando pra um ceu estrelado. Simplesmente sensacional!

Como qualquer local protegido, cameras nao eram permitidas. Mas e sem flash pode? Nao, descobri nos primeiros minutos. "Please sir, shut your camera off", disse a guia. E emendou: "You won't need it". Como ela sabe? Chato que sou, ainda consegui na malandragem tirar uma ou outra foto sem dar muita bandeira, mesmo com o enquadramento tosco. 



Parada seguinte, Rotorua. O barato ali seria ver os fenomenos digamos "termais", como os geiseres e as piscinas de lama fervente. E sao realmente incriveis - por si so ja valeram a viagem. Mas confesso que ate as partes que prometiam ser o maior mico da excursao (o Agrodome e o show de danca maori) foram divertidas… 

Amanha, dia perdido: voo, no meio da tarde, de Auckland ate Queenstown, que sera minha "base" na ilha sul (ja que Christchurch foi limada do roteiro, por motivos obvios…).

segunda-feira, 14 de março de 2011

Aotearoa

Isso ai significa "Nova Zelandia" no idioma maori, a segunda lingua oficial do pais. Os Maoris sao os nativos daqui, e eh impressionante como ha referencias a cultura deles em todo lugar. 

Auckland eh uma cidade interessante. Bem bonita, com predios modernos e uma vocacao natural para o mar, afinal esta espremida entre o Oceano Pacifico e o Mar da Tasmania. Turisticamente falando, nao vale mais do que um ou dois dias - se bem que ha lugares incriveis nas redondezas, como a ilha de Waiheke, onde fui hoje. Belas praias (como a da foto) e bons vinhos - combinacao matadora.


Minha chegada em Auckland nao podia ser mais tipica. Primeiro, um vizinho de poltrona no avião, australiano despeitado, disse: "Auckland's gonna be rainy and windy, like always". Se deu mal, pq fez um dia maravilhoso! Segundo, no mesmo voo veio um time inteiro de rugby, um tal de Hurricanes sei la o que. Depois descobri que eh um dos times importantes do pais. Alias, sou mesmo muito iletrado em outros esportes ("outros" significando tudo menos futebol), pois nem sabia que a NZ ia sediar a copa do mundo de rugby em setembro deste ano. Eh impressionante como a cidade ja "respira" a copa, com meses de antecedencia. Em cada esquina vc encontra suvenires e camisas das selecoes de rugby - principalmente do All Blacks, claro. 

Falando em compras, comecei a exercitar meu espirito de desprendimento material. O que sera uma proeza, ja que adoro essas lojinhas de tranqueira pra turista. Nesta viagem, necas de presentinho, lembrancinha e o caramba, afinal na minha mala nao cabe mais um fio de cabelo. 

Amanha devo visitar as cavernas de Waitomo e os geiseres de Rotorua, ambos a umas tres horas de Auckland. Vai ser correria da boa!

domingo, 13 de março de 2011

Like Brazil

Well, eis-me aqui no aeroporto de Sydney (o que me redime da falta de acentos no texto). A viagem foi excelente. Alem da costumeira soneca (lucky me), botei em dia dois filmes que nao tinha conseguido ver em Sao Paulo: Alem da Vida (um bom Clint, mas nada excepcional) e A Rede Social (adorei).

Bom, acabo de descobrir a primeira similaridade com o Brasil: o voo para Auckland esta atrasado em duas horas por "falta de tripulacao". No joking. Na melhor das hipoteses, chego na NZ a uma da manha. Mas logo em seguida ja descobri tambem uma bela diferenca em relacao a nosso amado pais: em virtude dos transtornos, ganhei um voucher de 30 dolares para usar em qualquer lugar do aeroporto! O que ja me rendeu um belo guia da Russia, adquirido em loja propria da Lonely Planet. Coisa fina! Ate que o atraso valeu a pena...

sexta-feira, 11 de março de 2011

"Com ou sem emoção?"

Não, eu não olhei os noticiários e resolvi fazer uma excursão pelos cantos recentemente castigados do planeta. Foi exatamente o contrário, por increça que parível.

Enfim, depois dos terremotos na Nova Zelândia e no Japão, dos incêndios e enchentes na Austrália, e dos atentados na Rússia, espero estar em dia com meu anjo da guarda quando estivermos por aquelas plagas. A se seguir a lógica apocalíptica, ingleses, noruegueses e alemães têm muito com o que se preocupar.... rs!

Por outro lado, estatísticos (e os mais otimistas) dirão que fui sortudo. Afinal, qual a probabilidade de tudo isso se repetir nos próximos três meses?

De qualquer modo, sejam bem vindos à minha tour do fim do mundo. Literalmente, talvez :)