Dentro do bólido verde-limão da Siberian Airlines rumo a "Piter", lia as seguintes informações sobre a cidade: há muitos trombadinhas, policiais corruptos extorquem turistas todo o tempo e a água corrente é contaminada. Já tinha escutado também que a cidade era suja. Pra completar, logo que cheguei a Gi me mandou um SMS dizendo que, por coincidência, havia visto no dia anterior um programa na TV que, basicamente, confirmava algumas dessas informações e adicionava outras de teor similar. Fiquei pensando, "que é que eu vim fazer aqui?"… Afinal de contas, viagem é pra relaxar e não ficar pisando em ovos o tempo todo, certo?
Mas como não tinha muito remédio, resolvi fazer o famigerado "reconhecimento de terreno" assim que cheguei à cidade, pois já era meio da tarde e não dava mais tempo de visitar algum museu ou coisa do tipo (não sem antes fazer minha boa ação do dia - acompanhar dois americanos, mãe e filho, visivelmente perdidos, até a porta do hotel deles, que ficava na mesma região que o meu). Nesse rolê deu pra ver, apesar da garoa fina que caía, que, pelo menos, a cidade é bonita pra caramba.
Hoje fui "cumprir tabela" (no melhor dos sentidos) no Hermitage - na frente do qual estava rolando, adivinhem!, um desfile militar (caramba, me sinto na URSS). O museu, gigantesco, provoca duas reações simultâneas: euforia (a coleção é absolutamente sensacional) e frustração (é impossível conhecer e absorver tudo o que tem lá). E o prédio em si é maravilhoso - você fica em dúvida se olha para as salas ou para as obras. No fim, consegui ver o mais importante em três (!) horas e saí com a sensação de que é, sim, o maior e melhor museu do mundo. Em seguida, com o tempo bem melhor que o dia anterior, cruzei "n" pontes (a cidade está assentada sobre algumas ilhas e diversos canais a cortam) e descobri que tem até praia por aqui - considerando que "praia" significa uma porção de areia de um lado e água do outro. Terminei o dia em um museu bem interessante sobre o cerco a Leningrado durante a II Guerra e uma visita a um prédio antigo em que funciona uma espécie de coletivo artístico - com estúdios de arte e baladas alternativas.
Algumas comparações rápidas com Moscou: "Piter" me pareceu ainda mais bonita - principalmente mais "colorida", já que, descontando a Praça Vermelha, os prédios em Moscou são um tanto cinzentos; aqui é mais fácil se comunicar em inglês; e encontrei muito mais turistas - especialmente espanhóis, por alguma razão que desconheço. Um verdadeiro exército deles! Escutei a língua de Cervantes em todo lugar: em meio às hordas de turistas no Hermitage e até nas feirinhas de suvenires. E como esse povo pechincha! Deve ser a herança moura… :)
Bom, por enquanto a impressão que tive é a melhor possível, contrariando as especulações tenebrosas do início do post. Espero até amanhã não me arrepender do que estou dizendo…
Sao as good vibes, que todos nos continuamos te mandando...beijocas
ResponderExcluirPelo que vc contou do Hermitage, deve parecer com um Louvre dentro do Vaticano...
ResponderExcluirSamé, belo comentário e belo olho. A foto acima é de uma sala que foi reproduzida do Vaticano. :)
ResponderExcluirOps, sorry - corrigindo. Tem uma sala assim como eu disse, e eu tirei foto dela. Mas nao é a acima. Falha nossa! :)
ResponderExcluir