É engraçado que aqui eles chamam o Monte Fuji de "Fuji-san". Eu não sou familiarizado com as sutilezas da língua, mas para mim soa algo como "Sr. Fuji", qual fosse uma pessoa - e ainda tratada com certa reverência. Não sei se a idéia é essa, mas faria sentido, afinal ele domina majestosamente o skyline da região em que fica Tokyo e pode ser visto de vários lugares. Mesmo assim, não tivemos muita sorte. Ontem, quando fomos visitá-lo, acompanhados pelos queridos Deyse e Koichi, primos da Gi que moram em Gotenba e privilegiados em ter o extinto vulcão como vizinho, o Fuji-san colocou-se caprichosamente atrás das nuvens, apenas deixando-se entrever durante alguns parcos, mas especiais, momentos do dia. E hoje, ao subirmos na torre do Tokyo Metropolitan Office, uma névoa remanescente - e persistente - tratou de escondê-lo mais uma vez. De qualquer forma, o pouco que vimos impressionou, e justificou o respeito com que se referem a esse senhor de idade avançada.
Mudando de assunto, o meu velho (no bom sentido) amigo Samé, há alguns posts, tinha me alertado, mas só fez me atiçar ainda mais. Como passamos incólumes por terremotos, tsunamis e radiação (toc toc toc - falta ainda um dia), achamos que um mero peixinho não seria o nosso carrasco, e fomos provar o tal do fugu. Pra quem não sabe, trata-se de um peixe que pode ser mortalmente venenoso se fatiado da forma incorreta. Por isso, são poucos os restaurantes que servem a iguaria - na verdade, tanto o estabelecimento quanto o "chef" (sei lá o nome correto do cara responsável por cortar o fugu) têm que ter um tipo de licença própria para isso. Optamos por ir numa rede especializada, com várias filiais no Japão, e em que simplesmente todos os pratos do cardápio levam o peixe potencialmente assassino. Por alguma razão, isso me deu uma certa segurança de que eles não devem estar matando muitos clientes nos últimos tempos.
Bom, como vocês podem perceber, o jantar foi bem-sucedido, afinal estamos aqui para contar história. A saber, o fugu até que é gostoso (ao contrário do que havia lido na internet), principalmente as carnes mais magras. Mas também nada de tão sensacional - realmente a grande diversão é mesmo o risco que você corre (ou acredita correr).
Enfim, por via das dúvidas, vou passar a chamá-lo de Fugu-san. Respeito é bom e ele deve gostar…
O baiacu, fugu, ou blowfish, conforme o idioma, carrega - principalmente no fígado - uma toxina chamada tetrodotoxina, aproximadamente 1200 vezes mais mortal que o cianureto. Quem não se lembra do simpático peixinho que se inflava quando nervoso, no filme "Procurando Nemo"?
ResponderExcluirSr. Roberto, depois dessa viagem vou apelidá-lo de Highlander...
O tal fugu é o baiacu?! Olha, nunca ia imaginar! Que bióloga meia-boca, não sabia que aquela simpática bolinha era tão perigosa. Aliás, podiam criar o prato "fugushima" para os mais radicais: baiacu pescado em Fukushima com toxina power, enriquecida com plutônio e iodo radioativo :P
ResponderExcluirSame e KK, eh esse mesmo. Gostei da sugestao do novo prato, alias nao precisa nem mudar o nome pq aqui eles usam o termo "fuku" tb... Eita nominho, alias. Prato cheio (ops) para trocadilhos infames.
ResponderExcluirPois é, melhor nem atiçar a imaginação para manter o bom nível do blog ;)
ResponderExcluirFalando nisso, pensei varias vezes em fazer um blog pirata em que eu pudesse fazer comentarios ridiculos, escatologicos, preconceituosos e cheios de palavrao. Ia dar mais ibope que este, com certeza! Hahaha!
ResponderExcluirHahaha, grande ideia!!! Faz um blog paralelo, usa um pseudônimo pra não queimar seu filme de mocinho recatado e avisa só os seres mais podres e de estômago forte! Eu sou podre, eu admito... se esquecer de mim vai tomar umas p...(ops!) uns croques! :P
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